A cólica é uma das principais causas de choro intenso e desconforto nos primeiros meses de vida do bebê. Para muitos pais, é um momento difícil, que gera ansiedade, dúvidas e até sentimento de impotência. Afinal, ver o bebê chorando sem parar, se contorcendo de dor, e não saber exatamente o que fazer, pode ser desesperador.
Mas a boa notícia é: as cólicas passam! E entender por que elas ocorrem, quanto tempo duram e o que pode ajudar a aliviar esse incômodo faz toda a diferença para viver esse período com mais tranquilidade.
Neste artigo, vamos explicar tudo sobre cólicas em bebês: o que são, quando começam, como identificar os sintomas, o que pode ajudar e quando é necessário buscar orientação médica.
O que são as cólicas em bebês?
As cólicas em bebês são episódios de dor abdominal intensa, que ocorrem principalmente entre a segunda semana até o terceiro ou quarto mês de vida. Elas são causadas por um sistema digestivo imaturo, que ainda está aprendendo a lidar com o processo de digestão do leite (seja materno ou fórmula).
Durante esse período, é comum que o intestino do bebê apresente:
- Gases em excesso
- Movimentos intestinais desorganizados
- Contrações dolorosas (espasmos)
Tudo isso resulta em dor e desconforto, que o bebê só sabe expressar por meio do choro.
Quando começam e quanto tempo duram?
As cólicas geralmente:
- Começam entre a 2ª e a 3ª semana de vida
- Têm pico por volta da 6ª semana
- Desaparecem naturalmente até o 3º ou 4º mês
Cada bebê tem seu tempo. Alguns quase não apresentam cólicas, enquanto outros sofrem com episódios frequentes e intensos.
Como identificar que é cólica?
É importante saber diferenciar o choro de fome, sono ou fralda suja do choro de cólica. Veja os principais sinais:
Sintomas comuns de cólica:
- Choro inconsolável, que surge repentinamente, geralmente no fim da tarde ou à noite
- Barriga endurecida e distendida
- Bebê se encolhe e estica as perninhas constantemente
- Rosto avermelhado e expressão de dor
- Gases (soltar muitos “puns”) durante ou após o choro
Esses episódios podem durar de alguns minutos até mais de uma hora e são exaustivos para o bebê e os pais.
O que causa cólica no bebê?
As cólicas não têm uma única causa, mas sim um conjunto de fatores que envolvem o desenvolvimento do bebê e sua adaptação ao mundo fora do útero. Os principais fatores são:
- Imaturidade do sistema digestivo
- Acúmulo de gases no intestino
- Ingestão de ar durante a mamada (principalmente se o bebê mama muito rápido)
- Estímulos em excesso (ruídos, luzes fortes, mudanças bruscas de ambiente)
- Ansiedade ou tensão no ambiente familiar (os bebês são sensíveis às emoções dos pais)
- Em alguns casos, alergia ou intolerância alimentar (como à proteína do leite de vaca, especialmente em fórmulas)
O que pode aliviar as cólicas do bebê?
Embora não exista uma fórmula mágica, algumas medidas simples e carinhosas podem ajudar muito a aliviar as dores e o desconforto:
💆♂️ 1. Massagens na barriga
Massagear a barriguinha do bebê com movimentos circulares no sentido horário pode ajudar a eliminar gases. Use as pontas dos dedos com delicadeza.
🦵 2. Exercício de bicicleta
Deite o bebê de barriga para cima e movimente suavemente as perninhas como se estivesse pedalando. Isso ajuda a movimentar o intestino.
🌡️ 3. Bolsa de água morna
Uma compressa morna sobre a barriga pode relaxar a musculatura e aliviar os espasmos. Sempre teste a temperatura antes de aplicar.
🍼 4. Corrigir a pega da mamada
Se o bebê estiver engolindo muito ar, pode ser necessário ajustar a pega ou testar outro bico de mamadeira (em caso de fórmula). Procure orientação com um profissional.
🤱 5. Mantenha o bebê em posição vertical após as mamadas
Isso ajuda a eliminar o ar ingerido e evita refluxos.
🤗 6. Dar colo com acolhimento
O colo é um calmante natural. Muitas vezes, só o contato com o corpo da mãe ou do pai já acalma o bebê.
🎶 7. Sons suaves e movimento
Balançar o bebê no colo ou usar sons brancos (white noise) pode ajudar a acalmar o sistema nervoso.
O que não ajuda (e pode até atrapalhar)
- Automedicação: nunca ofereça remédios ou chás sem prescrição médica, mesmo os “naturais”.
- Leite de vaca ou fórmulas não indicadas: trocar a alimentação do bebê sem orientação profissional pode piorar o quadro.
- Tentar “acalmar” com barulhos altos ou agitação: bebês com cólica precisam de calma, não de estímulos extras.
- Culpar-se: cólicas acontecem, não são culpa dos pais. O mais importante é oferecer carinho e presença.
Quando procurar o pediatra?
Embora a cólica seja comum e normalmente benigna, há situações em que o choro pode indicar algo mais sério. Procure o pediatra se:
- O choro dura mais de 3 horas seguidas todos os dias
- O bebê tem febre, vômitos ou diarreia
- Há sangue nas fezes
- O bebê está se alimentando mal ou perdendo peso
- Os episódios de dor não melhoram com nenhuma medida
O acompanhamento com o pediatra é fundamental para descartar outras condições e garantir a saúde do bebê.
Colo, paciência e presença: a melhor receita
Por mais difícil que pareça, lembre-se: as cólicas passam. Elas são uma fase transitória que, com tempo e cuidado, vai ficando para trás.
A melhor forma de ajudar seu bebê é estar presente, acolher o choro com empatia e manter a rotina o mais tranquila possível. Evite se culpar ou comparar seu bebê com outros — cada criança tem seu tempo e sensibilidade.
A cólica é uma fase comum, mas desafiadora na vida dos bebês e dos pais. Ela é resultado de um corpo ainda em formação, que precisa de tempo, carinho e apoio para amadurecer.
Com informações corretas, atitudes simples e muito afeto, é possível atravessar esse momento com mais leveza. O choro vai passar, mas o vínculo construído nesses momentos de cuidado ficará para sempre.
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